Pablo Morethson

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segunda-feira, 2 de julho de 2012

A lógica ilógica dos ateus


Outro dia nas minhas andanças pela selva de pedra passeando pelas estações da linha verde do metrô de São Paulo, vi uma jovenzinha com uma aparência de uns 15 ou 16 anos no máximo, se vangloriando por ser atéia. Dizia não acreditar em Deus, falou mal da religião até não poder mais e como se fosse uma verdadeira intelectual com uma larga bagagem de estudos e demonstrações, chamava para o debate algum religioso. Desafiava veementemente todos aqueles que se dizem crentes a  provarem cientificamente que Deus existe, pois para ela, como nunca vira uma prova científica da existência de Deus, automaticamente assim como muitas pessoas que se professam atéias, tal fato já basta como argumento irrefutável e consequentemente não precisam provar nada. Quem precisa provar que Deus existe, são os religiosos na visão dos ateus.Vamos analisar essa questão aqui.
Na verdade tais pessoas que afirmam que quem precisa provar que Deus existe são aqueles que crêem Nele e não o contrário, estão confundindo a estrutura interna do argumento, que é o que realmente vale, com a expressão verbal daquilo que afirmam. Quando se diz (quando os ateus) dizem - "A existência de Deus não está provada pelos métodos científicos”, esses métodos científicos são para eles, o único meio de prova válido e aquilo que não está provado por meio desses métodos, torna-se apenas uma opinião pessoal meramente subjetiva. O que eles visam com esse argumento é invalidar a própria opinião religiosa, ou seja, essa opinião religiosa (Deus existe) não pode ter validade pública, ela pode ser apenas uma opinião privada na qual você no máximo divide com seus familiares e amigos mais achegados.


Primeiramente esses métodos científicos reconhecidos para discutir esse assunto não valem absolutamente nada. Nenhuma ciência no mundo tem condições pra julgar esse assunto. Quando os ateus alegam que Deus não existe e que não existem provas da existência Dele, estão na verdade mentindo em ambos os casos.
O Deus da Bíblia conforme você passa a estudar as escrituras com mais cuidado e critério, é definido por suas próprias características lá mencionadas, e também pelo modo como conduz o andamento dos assuntos, como um Deus Onipotente, que os judeus chamam de  אל שדי  - El Shaddai (Deus Todo-Poderoso) no hebraico, Παντοκράτωρ (Pantocrátor) no idioma grego, (Aquele que tudo pode); referências a esta atributo em Gênesis 17:1 e Salmo 91:1; Um Deus Onisciente - DA’AT (Ciência, possuir todo o conhecimento, sabedoria, inteligência), Isaías 40:13-14; e um Deus Onipresente - El Shama (presente em todos os lugares ao mesmo tempo); Jeremias 16:17 e 32:19. Esses super atributos de Deus são mencionados pelos judeus em seus escritos herdados a milênios.


Já que entendemos que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, Ele não pode ser definido ou concebido como um ser externo que criou o Universo. Tal fato leva o indivíduo a impugnar provas de que Deus exista como Onipotente, Onisciente e Onipresente e não como um ser que Ele mesmo criou à sua própria imagem e semelhança. Para os ateus, Deus tem que ser definido como uma pessoa nos termos humanos. Assim como existem provas físicas de que existe o presidente dos Estados Unidos, de Israel, ou seja lá da onde for, mesmo você nunca os ter visto pessoalmente, você sabe que eles existem, porque provas físicas comprovam que tais pessoas existem.Os ateus querem aplicar o mesmo método de comprovação separada, ou seja, separar Deus das demais coisas para aplicar na pessoa Dele métodos que possam provar a sua existência ou não. Mas a definição suprema judaica de Onipotência, Onipresença e Onisciência de Deus, torna esse método inviável. É impossível e inconcebível analisar Deus em métodos científicos humanos.


Essa história de que os ateus não querem provar nada é conversa fiada, como se diz por ai “conversa pra boi dormir", pois os principais nomes da bandeira do ateísmo mundial como Richard Dawkins, Daniel Dennett entre outros, afirmam taxativamente a inexistência de Deus. Que não existem provas científicas da existência de Deus isso todo mundo sabe. Mas aqui vai uma pergunta: Existem provas científicas de que esses ateus Richard Dawkins, Daniel Dennett ou qualquer outra pessoa no planeta possuam uma consciência? Obviamente não! Não há nenhuma prova cientificamente válida de que essas pessoas possuam uma consciência. Então já que é assim podemos concluir de acordo com a lógica ateísta de que como a consciência não é algo provável pelos métodos científicos, então ela não existe e que nós humanos vivemos como máquinas programadas ou como bichos que agem por um reflexo condicionado. Esse viés ateísta nos leva a talvez, não considerarmos a humanidade em nenhuma dessas pessoas, em ninguém, pois o que torna o ser humano diferente de todos os outros animais da Terra é justamente o fato de possuirmos uma consciência. Se não se possui uma consciência, então não sou obrigado a aceitar a humanidade, nem no sentido biológico, em nenhuma pessoa e sim considerá-la como um animal qualquer que vive sobre a Terra.


Os métodos que os ateus usam para dizer que não existem provas da existência de Deus distorcem completamente a discussão. Se Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, é claro que Ele não pode ser nem sequer concebido como um objeto externo. Se Ele está Onipresente, você não pode se destacar Dele para examiná-lo de fora. Então qual é o único método possível de se saber se existe ou não existem provas da inexistência de um ser assim definido?  O único método possível é o método do aprofundamento da autoconsciência. Por Deus ser Onipresente, Ele está em tudo e em todos ao mesmo tempo, Ele está por definição dentro de cada um de nós. Portanto somente com o aprofundamento da autoconsciência é que se consegue colocar o problema em discussão. Se isso não é feito, é uma tolice afirmar que não existem provas da existência de Deus. Não existem provas de um Deus-Coisa, uma coisa maior que criou uma coisa menor. Dizer que Deus não existe só porque não conseguimos concebê-Lo em termos humanos científicos, é uma colocação precisamente pueril e infantil.


A existência de uma entidade Onipotente, Onisciente e Onipresente está dada pela simples existência da realidade, não é algo que possa ser contestável. Ao não ser que alguém prove que não existe consciência dentro da realidade, que não existe autoconhecimento. O autoconhecimento existe em todo o Universo. Se você, ser humano, que está lendo esse artigo, pode usar a palavra EU com alguma consciência de causa, ou seja, se você se auto afirma como uma pessoa real que interage com as demais coisas da realidade, é porque isso existe dentro do universo. Você automaticamente se afirma como uma pessoa real, como um ser dentro do Universo, sua consciência o faz automaticamente. Então se você for ateu ,terá que provar que esse autoconhecimento, essa autoafirmação existe só dentro de você e não no universo inteiro. Obviamente isso não faz o menor sentido! Para que exista autoconhecimento em você, em alguém, é necessário que exista autoconhecimento no universo. Se essa autoconsciência se atualiza mais efetivamente em alguns seres do que em outros, isso não significa que não esteja presente em parte alguma. Porque no mais simples ato de conhecimento, quando você observa uma planta, uma flor, por exemplo, a flor está lhe passando uma informação. Está lhe passando a informação sobre a sua presença, estrutura e as suas propriedades. E se você disser que essas propriedades não são inteligentes de forma alguma, é a mesma coisa que você disser que ali não há nenhuma informação, apenas a presença inerte de uma flor ou planta. Mas se ali há somente a presença inerte de uma coisa que não lhe passa informação nenhuma, como você consegue estudar a estrutura da flor ou da planta? Pode apostar nisso - as flores e as plantas entendem mais de botânica do que qualquer botânico no mundo. O conjunto complexo de informações presentes nas plantas já está gravado na realidade, antes mesmo de você tomar conhecimento disso. Na verdade, existe ali uma autoconsciência, digamos que passiva, mas que se atualiza quando você toma consciência dessas coisas e passa a estudá-las, dedicando-se a entender como aquilo interage com a realidade, assim como em nós mesmos.


 Dentro de cada um de nós existem partes que são autoconscientes nesse exato momento e partes que são autoconscientes em modo latente, ou seja, quando percebemos alguma alteração qualquer em nosso organismo, essa alteração só é percebida no momento em que ela acontece, mas a capacidade dela se tornar consciente já está lá, senão jamais se tornaria consciente. Ou seja, aquilo que é real, já era possível antes de se tornar real.


Portanto quando se diz que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, Ele não está presente com a mesma forma, na mesma modalidade em todos os lugares, Ele está em tudo, mas não da mesma forma. A existência de Onisciência e Onipresença é algo totalmente auto evidente, é perfeitamente confirmado na natureza das coisas, e se alguma pessoa levantar alguma objeção,  precisa provar que tudo isso não existe. Que a auto evidência na estrutura da realidade não procede de lugar nenhum. Precisa provar isso.


O ônus da prova não pertence àquele que faz a afirmação "Deus existe", mas justamente o inverso, quem contesta isso é quem deve provar a inexistência. Toda e qualquer prova repousa numa premissa e assim recua indefinidamente até você chegar a premissas que não são provadas, mas são auto evidentes. Quer dizer que o primeiro indivíduo que percebeu o princípio de identidade, ou seja, que uma coisa é ela mesma e não outra precisa provar isso? Todas as provas dependem disso, se o ônus da prova cabe a quem faz a afirmação, a primeira afirmação não poderia jamais ser feita. Isso tornaria impossível o raciocínio humano.

Pablo Morethson

02/07/2012

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